<\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure><\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure>\n\t\t<\/div>\n\nNa chegada, o passeio obrigat\u00f3rio \u00e9 caminhar pela Broadway, com seus bares, m\u00fasica e jeito country. A festa come\u00e7a \u00e0s 11 horas da manh\u00e3 e se mant\u00e9m assim madrugada \u00e0 fora. Portas abertas, voc\u00ea entra e sai, se n\u00e3o consumir, n\u00e3o gasta nada, apenas uns d\u00f3lares dentro de um balde que fica na frente de cada uma das bandas, bem ao estilo de New Orleans, mas a tradi\u00e7\u00e3o do balde na frente das bandas, dizem, vem de Nashville mesmo.<\/p>\n
<\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure><\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure>\n\t\t<\/div>\n\nRua larga, com movimento de gente e tamb\u00e9m de carro, moto, trator e, porque n\u00e3o, carruagem. Tudo cabe em Nashville.<\/p>\n
<\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure><\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure><\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure><\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure>\n\t\t<\/div>\n\nA m\u00fasica foge dos bares e ocupa as cal\u00e7adas num movimento cheio de vida e energia. Imposs\u00edvel n\u00e3o se envolver com tantos talentosos m\u00fasicos. Um dos bares que me chamou a aten\u00e7\u00e3o foi o Robert\u2019s. M\u00fasica incr\u00edvel, mas o que me fez olhar de forma especial foi o letreiro: Brazilbilly…. o que \u00e9 isso? Tinha tanto o que\u00a0conhecer na cidade que resolvi deixar minha indaga\u00e7\u00e3o sobre o Robert\u2019s para outro dia, mas parece que a vida me empurrava para l\u00e1.<\/p>\n
<\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure><\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure>\n\t\t<\/div>\n\nConversando com a Lu Barbosa, jornalista, amiga e minha parceira de trabalho, comentei que estava em Nashville, rapidamente ela me deu o telefone de um brasileiro que tinha um bar na cidade, disse-me para procura-lo. O bar? Robert\u2019s, claro, o mais genu\u00edno de todos da famosa rua de Nashville. Liguei para ele e fomos at\u00e9 l\u00e1 conhece-lo. Nossa viagem tomou outro rumo, muito mais interessante.<\/p>\n
Sabe aquela hist\u00f3ria de uma pessoa que persegue os seus objetivos? Conhece pessoas que sa\u00edram do nada e se tornaram campe\u00f5es? Jesselee \u00e9 a melhor representa\u00e7\u00e3o de tudo isso.<\/p>\n
Falando um bom portugu\u00eas, mas com muito sotaque, Jesselee nos recebeu na porta do bar lotado. Atravessamos por um verdadeiro amontoado de gente, at\u00e9 o final do sal\u00e3o, subimos alguns degraus e chegamos no escrit\u00f3rio dele. Foi ali, com menos m\u00fasica, que come\u00e7amos a falar sobre sua hist\u00f3ria, sobre m\u00fasica e sobre os Estados Unidos. A \u00fanica pessoa que nos interrompeu foi sua linda e simp\u00e1tica namorada, Emily, que veio nos oferecer algo para beber.<\/p>\n
Jesselee \u00e9 um homem bonito, aparenta muito menos idade do que tem e seu jeito simples esconde seu talento e sucesso. Simp\u00e1tico e gentil, com pouco tempo de conversa sentimos como se nos conhec\u00eassemos h\u00e1 muito tempo.<\/p>\n
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Ele morou no Brasil at\u00e9 seus 20 anos de idade, quando resolveu se aventurar nos Estados Unidos. Sem saber falar ingl\u00eas e sem dinheiro, ele s\u00f3 tinha a seu favor uma imensa vontade de vencer atrav\u00e9s da sua m\u00fasica e do seu talento, uma f\u00e9 inabal\u00e1vel e uma for\u00e7a que ele n\u00e3o sabe explicar de onde vem. Foi recebido por uma fam\u00edlia com 10 filhos. O chefe da casa o \u201cenquadrou\u201d r\u00e1pido. \u201c- se voc\u00ea quer falar portugu\u00eas, volte para o Brasil. Se quiser falar italiano, v\u00e1 para a It\u00e1lia, quer falar espanhol, escolha um pa\u00eds com essa l\u00edngua. Mas que quiser ficar aqui, fale ingl\u00eas!\u201d<\/p>\n
Jesselee \u00e9 de origem italiana e rapidamente, ainda no Brasil aprendeu o idioma, assim como aprendeu espanhol. Mas a bronca foi suficiente para ele n\u00e3o falar nenhum outro idioma at\u00e9 que estivesse fluente no ingl\u00eas. Depois disso, sim, ele continuou falando todos os idiomas que conhecia, o que sempre o ajudou no seu dia a dia nos Estados Unidos e em seus shows.<\/p>\n
Passados alguns anos, Jesselee foi \u201cadotado\u201d por outra fam\u00edlia menor, com um casal de filhos. Ele foi morar em Peoria, Illinois e foi ali que come\u00e7ou realmente sua vida nos Estados Unidos. Estudou, trabalhou e pode apresentar-se como m\u00fasico. Ali ele tamb\u00e9m deu in\u00edcio ao seu patrim\u00f4nio. \u201c- trabalhava de domingo a domingo, fazia de tudo, aprendi a lidar com a casa, desde fazer os pequenos reparos, at\u00e9 construir, estudei, me formei e segui a carreira em Law Enforcement and Criminology e trabalhei no Departamento de Pol\u00edcia.\u201d Foi ali tamb\u00e9m que Jesselee comprou seu primeiro carro.<\/p>\n
Colecionador de carros<\/strong><\/p>\n Sim. Jesselee \u00e9 apaixonado por carros antigos. Hoje ele tem em sua garagem nada menos que 25 rel\u00edquias, cada uma com o nome de uma mulher. Ele chama sua cole\u00e7\u00e3o de \u201cas minhas meninas\u201d. S\u00e3o 14 Cadillacs, al\u00e9m de Mercedes, Lincoln, Jaguar e Pontiac trans-am. Todos em perfeito funcionamento e cheios de curiosidades. Um Cadillac que era montado na It\u00e1lia, outro comemorativo dos 50 anos da f\u00e1brica e o primeiro modelo constru\u00eddo depois da segunda guerra, entre tantas outras hist\u00f3rias. Fomos jantar num Lincoln 79, del\u00edcia, ouvindo Perry Como, passeando pela bela Nashville, verdadeira cena de filme vivida integralmente.<\/p>\n Nos Estados Unidos \u00e9 poss\u00edvel personalizar a placa de seus carros. Seu primeiro carro foi um Cadillac 1980. E ele colocou a placa Jesse 88 \u2013 o ano que ele comprou o carro. Cada vez que ele saia com o carro, pessoas o aplaudiam, outro faziam sinal de positivo, de vit\u00f3ria…. e ele n\u00e3o entendia a rea\u00e7\u00e3o das pessoas, Estilo de vida<\/strong><\/p>\n Embora tenha uma casa extremamente confort\u00e1vel, com um quintal cheio de carros antigos, uma piscina, \u00e1rea verde e casa de h\u00f3spedes super bem montada, o estilo de vida de Jesselee \u00e9 bastante simples. \u201cEu mesmo fa\u00e7o os reparos da minha casa\u201d. Jesselee d\u00e1 valor a cada uma de suas conquistas. \u201cTudo me custou muito trabalho. Muito. Mas valeu a pena, tenho tudo aquilo que sonhei ter, especialmente amigos incr\u00edveis e duas fam\u00edlias que me apoiam, a fam\u00edlia americana e a brasileira.\u201d<\/p>\n Jesselee nunca bebeu nem fumou, embora viva na noite, nos palcos e na m\u00fasica. E talvez seu maior feito tenha sido comprar o bar onde come\u00e7ou a tocar em Nashville, o Robert\u2019s. \u201cComprei n\u00e3o s\u00f3 o neg\u00f3cio, mas o pr\u00e9dio tamb\u00e9m\u201d, conta, n\u00e3o com orgulho, mas com alegria de ter um neg\u00f3cio do qual ele acredita. \u201cMantenho uma m\u00fasica de qualidade e um ambiente seguro e alegre, onde as pessoas podem se divertir e levar consigo as melhores lembran\u00e7as de Nashville.\u201d<\/p>\n Hoje ele tem o que chama de \u201cdois bra\u00e7os\u201d. Sua gerente, Julie, \u00e0 frente do Robert\u2019s, e sua namorada, Emily, que toma a frente de sua carreira com extrema compet\u00eancia.<\/p>\n \u00c9 um curioso e estudioso da cultura americana, especialmente da country music, mas n\u00e3o s\u00f3. Respeita, estuda e aprende tudo sobre a cultura ind\u00edgena e as ra\u00edzes da Am\u00e9rica. Carros, armas s\u00e3o outros objetos de constante estudo e aprendizado.<\/p>\n A m\u00fasica de Jesselee<\/strong><\/p>\n Jesselee Jones ouve m\u00fasica desde crian\u00e7a, ainda no Brasil. Preferia a musicalidade das composi\u00e7\u00f5es americanas, mesmo sem entender a letra, e foi com essa inspira\u00e7\u00e3o que come\u00e7ou a dedilhar seu talento e soltar a voz. Sua fam\u00edlia pensava no futuro do rapaz e n\u00e3o o queria na incerteza da vida de artista, preferia uma carreira mais s\u00f3lida. Ele n\u00e3o. Estava certo de que queria ser um artista e quando pode, instalou-se nos Estados Unidos, com o \u00fanico objetivo de viver de m\u00fasica.<\/p>\n Em Illinois ele se apresentava em todos os cantos que havia possibilidade, entre eles, numa casa de repouso grande que havia perto de sua cidade. Para as suas apresenta\u00e7\u00f5es, preferia usar um bel\u00edssimo piano de uma das internas. Ele s\u00f3 parou de frequentar o local quando se mudou para Nashville. Quase dez anos depois, Jesselee recebe um telefonema que a senhora havia falecido, mas deixara para ele o seu piano que hoje vive em sua sala de estar.<\/p>\n Ap\u00f3s tornar-se cidad\u00e3o americano, Jesselee foi convidado a representar seu estado na Guerra do Golfo, participando dos momentos de entretenimento da tropa, e fez v\u00e1rios shows para os militares.<\/p>\n A paix\u00e3o pelos cl\u00e1ssicos da m\u00fasica e pelo country tradicional fizeram com que Jesse desenvolvesse dois trabalhos distintos: um com sua banda Brazilbilly e outro como cantor de cl\u00e1ssicos.<\/p>\n Brazilbilly<\/strong><\/p>\n O verdadeiro estilo honky tonk. Para os que n\u00e3o conhecem o termo, seria a m\u00fasica caipira de raiz, com toda a sua originalidade, musicalidade e estilo. \u00c9 assim que o Brazilbilly se apresenta e encanta o p\u00fablico. Capa, chap\u00e9u, botas e uma arma no cintur\u00e3o. Muito som e muito talento.<\/p>\n Divers\u00e3o na certa. \u201cHoje o Brazilbilly se apresenta \u00e0s sextas, depois das 11 da noite. Adoro. N\u00f3s nos divertimos no palco.\u201d<\/p>\n E foi atrav\u00e9s dessas apresenta\u00e7\u00f5es que Jesselee ficou conhecido por toda Nashville, por grandes nomes da m\u00fasica americana e personalidades dos mais variados cen\u00e1rios. O Robert\u2019s foi o cen\u00e1rio perfeito para Jesse apresentar seu talento, a princ\u00edpio s\u00f3 voz e viol\u00e3o, at\u00e9 formar sua banda, Brazilbilly, consagrando um estilo \u00fanico e pessoal.<\/p>\n O amigo Manuel<\/strong><\/p>\n Nos Estados Unidos quando se fala de um grande nome da m\u00fasica, al\u00e9m de apresentar seus trabalhos fonogr\u00e1ficos, h\u00e1 um grande valor pelas roupas usadas em shows. Os museus de m\u00fasica apresentam grandes vitrines com a exposi\u00e7\u00e3o das vestimentas, detalhes dos sapatos e ornamentos, destaque t\u00e3o grande quanto a exposi\u00e7\u00e3o dos instrumentos usados por esse ou aquele artista.<\/p>\n E faz sentido. As roupas s\u00e3o, na verdade, a forma de transmitir a personalidade do artista. O jeito de se apresentar tem de falar sobre sua m\u00fasica, a \u201cpersonagem\u201d formada para o artista.<\/p>\n Los Angeles foi um cen\u00e1rio perfeito para que a import\u00e2ncia do estilista na carreira dos artistas aparecesse. Um dos primeiros grandes nomes da moda foi Nudie Cohn. Bastou alguns grandes e importantes trabalhos para artistas o procurassem para criar seu estilo. Na esteira de Nudie Cohn, apareceu um jovem e promissor estilista, Manuel Cuevas, um mexicano talentoso e cheio de personalidade, com uma vida intensa de grandes trabalhos, reconhecimento na classe art\u00edstica de todo o mundo e hist\u00f3rias incr\u00edveis. Seus clientes passeavam por todos os estilos, de ternos para Frank Sinatra at\u00e9 a composi\u00e7\u00e3o de roupas para Os Beatles em Sgt Pepper\u2019s. Foi al\u00e9m, a ele \u00e9 atribu\u00edda a cria\u00e7\u00e3o do estilo man in black de Johnny Cash e dos famosos macac\u00f5es usados por Elvis Presley, ali\u00e1s Elvis tinha grande parte de seu guarda roupa confeccionada por Manuel.<\/p>\n Pelos anos 90, Manuel Cuervas decide se mudar de Los Angeles e fixar resid\u00eancia e atelier em Nashville. Nessa \u00e9poca fez um grande amigo, Jesselee Jones. Manuel e Jesselee, at\u00e9 hoje, dividem jantares e hist\u00f3rias. E as roupas de show dele, claro, s\u00e3o em sua maioria, assinadas por Manuel.<\/p>\n O maestro Joe Guercio<\/strong><\/p>\n Numa noite de 1999, Joe Guercio assistiu \u00e0 apresenta\u00e7\u00e3o do Brazilbilly no Robert\u2019s, e quis conhecer Jesselee. \u201cEu n\u00e3o acreditei quando me disseram que Joe Guercio estava l\u00e1 e queria me conhecer. Eu conhecia seu trabalho desde os discos que ouvia no Brasil, ele estava entre os cr\u00e9ditos dos melhores que ouvia.\u201d Era ele mesmo, uma verdadeira institui\u00e7\u00e3o americana. Foi o maestro de Elvis Presley de 1970 a 1977, respons\u00e1vel por todos os arranjos, por todos os seus shows. Trabalhou tamb\u00e9m com Barbra Streisand, Diana Ross, entre tantas outras grandes estrelas da m\u00fasica.<\/p>\n<\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure><\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure>\n\t\t<\/div>\n\n<\/p>\n<\/p>\n
\nat\u00e9 que um amigo explicou: Jesse era tamb\u00e9m o nome do candidato nas pr\u00e9vias do partido democrata para \u00e0 presid\u00eancia dos Estados Unidos, e o ano das elei\u00e7\u00f5es era… 88. As pessoas achavam que era um carro em apoio ao candidato Jesse Jackson. A pr\u00f3pria equipe da campanha do Jesse, os colocou em contato e por causa da coincid\u00eancia, ele conheceu o candidato Jesse Jackson, participou de uma homenagem a ele, cantando num coral de 200 vozes. Jesse Jackson n\u00e3o passou nas pr\u00e9vias e, portanto, n\u00e3o concorreu \u00e0s elei\u00e7\u00f5es, mas fez hist\u00f3ria na pol\u00edtica americana.<\/p>\n<\/p>\n<\/p>\n<\/p>\n<\/p>\n<\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure><\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure>\n\t\t<\/div>\n\n<\/a>\n\t\t\t<\/div><\/figure>